RESERVA DA BIOSFERA DA ILHA DE SÃO TOMÉ

Uma ilha pintada a verde, rodeada pelo mar salgado

PESSOAS
119 130
Residentes
TERRITÓRIO
112897
Hectares
BIODIVERSIDADE
+1300
Espécies

RESERVA DA BIOSFERA DA UNESCO

Uma rede mundial com 785 Reservas de 142 países

Reserva da Biosfera da Ilha de São Tomé foi classificada em 2025, juntando-se assim à Ilha do Príncipe, que obteve esse estatuto em 2012 – renovado em 2023.

 

A Reserva da Biosfera de São Tomé compreende toda a área envolvente do Parque Natural do Obô de São Tomé, e a área marinha que envolve os maiores ilhéus da ilha.

 

Com esta classificação, São Tomé e Príncipe torna-se o primeiro país do Mundo a ter a totalidade do seu território reconhecido como Reserva da Biosfera da UNESCO. 

 

As Reservas da Biosfera são nomeadas pela UNESCO. Visam promover a conservação da natureza em harmonia com o bem-estar das pessoas.

 

O que são Reservas da Biosfera

Rede de Reservas da Biosfera da Unesco

Reservas da Biosfera da CPLP

"Mar azul das ilhas perdidas na conjuntura dos séculos
Vegetação densa no horizonte imenso dos nossos sonhos.
Verdura, oceano, calor tropical
Gritando a sede imensa do salgado mar”

Alda do Espírito Santo, Ilha Nua, 1978

Situada no Golfo da Guiné, a Ilha de São Tomé encontra-se na parte oceânica da linha vulcânica dos Camarões, que se estende por 1600 km desde o interior do continente africano até à ilha de Pagalu (Ano-Bom).


A Reserva abrange 112897 ha, dos quais 80964 ha correspondem a área terrestre e 31933 ha a área marinha. As características do meio determinaram o modo de vida das comunidades que aqui chegaram e se fixaram.


 


01
02
03
A ilha contada por quem lá vive

Memórias da Reserva da Biosfera

Conheça esta Reserva da Biosfera através das memórias que contam e retratam as paisagens, as vivências das comunidades, as espécies que habitam o território, as práticas culturais e as atividades económicas.

Ver as Memórias
Biodiversidade

Mais de 1300 espécies e mais de 150 endemismos

São mais de 1300 espécies e mais de 150 endemismos identificados na na Reserva da Biosfera de São Tomé. Descubra a biodiversidade e singularidade do património natural.

Saber mais
Visitar

Casa Museu Almada Negreiros

Situada na Roça Saudade, foi criada por jovens da comunidade local em homenagem ao artista José de Almada Negreiros, que aqui nasceu. Centro cultural e turístico, integra um restaurante que serve pratos tradicionais de São Tomé.

Saber mais

História e caracterização da Reserva

Os portugueses chegaram às ilhas de São Tomé e Príncipe na década de 1470 e mantiveram o domínio sobre o arquipélago por mais de 500 anos.  Quando encontrados, os territórios encontravam-se despovoados e a sua ocupação foi feita por europeus de Portugal continental e da ilha da Madeira, genoveses, franceses e castelhanos e por escravos oriundos do litoral africano.


O início da exploração da ilha e a criação do sistema das roças implicou o desmatamento e a introdução de culturas estranhas ao território. Foi o caso da cana-de-açúcar, produção que aqui assumiu grande importância. Esta exploração assentou no recurso a mão de obra escrava oriunda de várias partes do continente africano, o que levou a que São Tomé e Príncipe se consolidasse como o maior entreposto de escravos do Atlântico.


A produção de açúcar acabou por entrar em declínio, seguindo-se os ciclos do café e do cacau, que se adaptaram ao clima tropical da ilha, seguindo os mesmos moldes de exploração.


Só em 1876 foi abolida em definitivo a escravatura no território, mas o regime foi substituído pelo recrutamento de trabalhadores do continente africano através de contratos renováveis.


Ao longo do século XX, um grande número de trabalhadores e respetivas famílias chegaram ao arquipélago, recrutados em Angola, Moçambique e, sobretudo, em Cabo Verde. Esta imigração, forçada ou contratada, e destinada à exploração agrícola em São Tomé, deixou marcas profundas nas comunidades e na cultura de santomense, de que as roças, as «casas comboio» e as senzalas são testemunho.


O Massacre de Batepá, decorrido em 3 de fevereiro de 1953, marcou o início da luta pela autodeterminação e independência de São Tomé e Príncipe. Em 1960 foi criado, no exílio, o Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe, que em 1974 se passou a denominar Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP).  A Revolução portuguesa de 25 de abril de 1974 e a assinatura do Acordo de Argel deram início ao processo de independência da São Tomé e Príncipe, conquistada no dia 12 julho 1975.


São Tomé e Príncipe é hoje uma das democracias mais estáveis no panorama político africano, e o seu desenvolvimento tem assentado em várias dinâmicas de cooperação internacional. Atualmente, a atividade económica desenvolve-se sobretudo no setor agroflorestal, com destaque para a produção de cacau e café, bem como na pesca, no comércio e no turismo, em particular o de natureza.


27 de setembro de 2025

Golfo da Guiné, na parte oceânica da linha vulcânica dos Camarões

Cantagalo, Caué, Lembá, Lobata, Mé-Zóchi

 

119 130

112897 hectares

Parque Natural Obô de São Tomé, Sítio RAMSAR, RAPAC, IBA, 21 Reservas Especiais

ILHA DOPRÍNCIPEILHA DESÃO TOMÉ
TRANSIÇÃO
25327
hectares
NÚCLEO
26218
hectares
TAMPÃO
61352
hectares

Para visualizar este conteúdo,
rode o seu telemóvel na horizontal.

Cronologia

2012

Reserva da Biosfera da Ilha do Príncipe

A Ilha do Príncipe integra a rede de Reservas da Biosfera da UNESCO.

2024

Candidatura

Apresentação da candidatura de São Tomé a Reserva da Biosfera da UNESCO.

2025

Reserva da Biosfera da Ilha de São Tomé

Aprovação da candidatura da Ilha de São Tomé a Reserva da Biosfera da UNESCO. São Tomé e Príncipe torna-se o primeiro país do Mundo a ter a totalidade do seu território reconhecida como Reserva da Biosfera da UNESCO.

PATRIMÓNIO NATURAL E CULTURAL

Descubra o património da Reserva da Biosfera da Ilha de São Tomé

As Reservas da Biosfera consagram lugares em que a excecionalidade do património natural e a herança cultural coexistem de forma harmoniosa, valorizando-se mutuamente. São Tomé é um exemplo notável desta interconexão.


DESCOBRIR
CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
28
Áreas classificadas
ECOSSISTEMAS
4
Savana, Mangal, Floresta, Agrícola
PATRIMÓNIO CULTURAL
10
Património edificado

Património Natural

A ilha de São Tomé, de origem vulcânica, é rodeada pelo Oceano Atlântico e caracteriza-se por um clima equatorial, quente e húmido. Os seus principais rios nascem na Lagoa Amélia. São vários os ecossistemas que compõem a paisagem: savanas (525,81 ha), mangais (230,83 ha), áreas florestais (19922,69 ha) e zonas agrícolas (4458,88 ha). Destacam-se as suas diversas praias e áreas marinhas, como a Praia das Conchas e a Lagoa Azul, cascatas imponentes como a de São Nicolau, o mangal de Malanza e o Parque Natural do Obô. Os morros também marcam a paisagem, tendo resultado de chaminés vulcânicas por onde a lava passou e solidificou. Estas diferentes paisagens são ricas em espécies de flora e fauna, com um elevado nível de endemismo e valores biológicos únicos. Em termos florísticos, o número de espécies estimado no arquipélago aproxima-se de 1200, das quais cerca de 900 são autóctones e cerca de 300 introduzidas. A nível faunístico, apresenta um nível de endemismos muito elevados (20 espécies e 8 subespécies das 50 espécies terrestres residentes), sendo por isso considerada por alguns cientistas como as “Galápagos de África”. A avifauna da região é um reflexo da coexistência de ecossistemas. O Ilhéu das Rolas, por onde passa a linha do Equador, é um importante local de nidificação de aves marinhas, a par dos ilhéus inabitados de Sete Pedras, Santana e São Miguel. Entre as aves, destacam-se três espécies em perigo de extinção – a narceja-das-florestas (Bostrychia bocagei), o anjoló (Crithagra concolor) e o picanço (Lanius newtoni). Além destas, existem ainda quatro espécies ameaçadas e outras quatro consideradas vulneráveis. Nos mamíferos, contam-se duas espécies endémicas, uma subespécie endémica de morcego e o musaranho endémico (Crocidura thomensis), para além da presença do macaco Cercopithecus mona, provavelmente introduzido. Entre os outros vertebrados, destacam-se 21 espécies de répteis, das quais 17 são endémicas, e oito espécies de anfíbios endémicos. A biodiversidade estende-se ainda a moluscos, crustáceos, cetáceos, corais e a uma variada ictiofauna. Um dos grandes tesouros naturais da Reserva da Biosfera são as tartarugas marinhas, que recorrem às praias para nidificar: a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), a tartaruga-verde (Chelonia mydas), a tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) e a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta).

Património Cultural

São Tomé possui uma herança cultural rica e variada, resultado das diversas influências dos povos que se instalaram neste território. Essa encruzilhada cultural originou uma ampla variedade de manifestações em áreas como a música, a dança, o artesanato, os costumes e a gastronomia, que refletem o cruzamento entre tradições africanas e europeias. Destacam-se a puita, a dança Congo, o quiná, o tafua, o ussuá e o socopé. O Tchiloli, candidato ao reconhecimento pela UNESCO como Património Cultural Imaterial, é uma expressão artística de teatro, música e dança que remonta ao século XVI, sendo inspirada na Tragédia do Marquês de Mântua e do Imperador Carloto Magno. A diversidade linguística do arquipélago reflete o processo de povoamento e o peso da mão-de-obra oriunda de diferentes regiões africanas, trazida à força ou contratada para trabalhar nas roças. O português, língua oficial e materna de grande parte da população, serviu de base ao desenvolvimento dos crioulos lunga santomé ou forro (em São Tomé) e lunguyê (no Príncipe). Com estas línguas convivem ainda o crioulo cabo-verdiano e o angolar, o último falado pela comunidade Angolar, situada no sul de São Tomé. As roças, além do valor arquitetónico, constituem um dos mais profundos legados históricos do país. O Museu Nacional de São Tomé e Príncipe, fundado em 1976, divulga a história do arquipélago, evidenciando a forma como esta moldou a identidade cultural da ilha. Entre as datas mais significativas, destaca-se o Dia dos Mártires, feriado nacional assinalado a 3 de fevereiro, em memória das vítimas do Massacre de Batepá (1953). Este episódio, marcado pela violência do colonialismo português, é considerado fundador do nacionalismo santomense. A condição insular e a proximidade com uma Natureza exuberante ditaram a relação das comunidades com o meio e os seus recursos. A madeira é utilizada na construção e no artesanato, enquanto inúmeras espécies de plantas são aplicadas em preparações tradicionais de uso terapêutico muito variado, assentes em conhecimentos transmitidos oralmente ao longo de gerações. A gastronomia reflete igualmente o aproveitamento dos recursos locais, incluindo peixe, marisco, feijão, milho, mandioca, banana cozida e diversas frutas tropicais, como banana, manga, jaca, fruta-pão e óssame. Pratos emblemáticos, como a cachupa e o calulu, ilustram a partilha de influências entre diferentes culturas africanas.

ROTEIROS E PONTOS DE INTERESSE

Explore o território e visite as suas comunidades

Em São Tomé, pode explorar a natureza exuberante, elevações vulcânicas imponentes, praias e cascatas, florestas e áreas naturais de elevada biodiversidade. A herança histórica está presente nas antigas plantações, que revelam o passado do arquipélago e a importância que produtos como café e do cacau tiveram para a economia do território, bem como os seus reflexos nas comunidades que aqui se fixaram. Vários espaços culturais dão a conhecer as tradições e os modos de vida locais.


 


 


VISITAR
Parque Natural Obô São Tomé Roça Saudade
01
02
03
04
05
06
07
08
09

Parque Natural Obô de São Tomé

Criado em 2006 para proteger a biodiversidade existente, inclui florestas intactas com vegetação nativa e espécies naturalizadas.

Cascata de São Nicolau

Além de atrativo turístico, a cascata e a sua área envolvente concentram grande valor ecológico.

 

Casa Museu Almada Negreiros

Visite o museu, conheça a exposição permanente dedicada ao artista e desfrute o melhor da gastronomia local.

CECAQ-11 - Cooperativa de Exportação de Cacau de Qualidade

São várias as cooperativas que dinamizam a produção agrícola local.

Ilhéu das Rolas

Entre 1915 e 1918, uma missão chefiada por Gago Coutinho demonstrou que a linha do Equador corta o Ilhéu das Rolas.

 

Café e cacau

As Roça Diogo Vaz e a marca Claudio Corallo Cacao e Coffee são exemplos que muito têm contribuído para a continuidade destas produções.

 

Roças

São várias as roças que podem ser visitadas. Na Roça Monte Café é possível visitar Museu do Café.

 

Pico do Cão Grande

De origem vulcânica, eleva-se mais de 300 metros, sendo uma marca emblemática da paisagem de São Tomé

Museu Nacional de São Tomé e Príncipe

Instalado no Forte de São Sebastião, no extremo sul da baía de Ana Chaves, dá a conhecer a história e a cultura do país.

Regiões
3
Distritos
5
incluídos na Reserva da Biosfera
Subdistritos
15

Para visualizar este conteúdo,
rode o seu telemóvel na horizontal.

POPULAÇÃO TOTAL
119 130
habitantes
POPULAÇÃO URBANA
57 109
habitantes
POPULAÇÃO RURAL
62 021
habitantes
População
40%
com menos de 14 anos
População
56%
em idade ativa (15-64)
População
4%
com mais de 65 anos
MEMÓRIA PARA TODOS

A Reserva da Biosfera da Ilha de São Tomé contada por quem lá vive

Estas são memórias e histórias partilhadas por pessoas que testemunham e protagonizam a conservação e valorização das Reservas, conhecem as suas comunidades e valorizam o seu património natural, histórico e cultural.


ver memórias
MEMÓRIAS DA RESERVA DA BIOSFERA DA ILHA DE SÃO TOMÉ

Entrevista à Associação de Mulheres «Brasa Quente»

07-07-2025, Praia de Mikoló

VER TODAS AS MEMÓRIAS

Conhece a Ilha de São Tomé?


Já visitou a Reserva da Biosfera da Ilha de São Tomé?


Ajude-nos a contar a sua história.


Partilhe as suas memórias, objetos e fotografias que retratem as paisagens, as pessoas, as espécies, as práticas culturais e as atividades económicas que fazem deste território um lugar especial.


Ajude-nos a conhecer e contar as tradições e os quotidianos das pessoas que vivem e cuidam da Reserva, conservam a sua natureza e contribuem para o bem-estar das suas comunidades.


Saiba aqui como participar.


Rede de Reservas da Biosfera da CPLP

A classificação da Ilha de São Tomé como Reserva da Biosfera vem enriquecer a Rede das Reservas da Biosfera da CPLP, um espaço privilegiado e permanente de diálogo, cooperação e afirmação da lusofonia, num setor determinante como o é o desenvolvimento assente na conservação e uso sustentável dos recursos naturais.


CONHECER A REDE
Rede de Reservas da Biosfera da CPLP

São vários os trabalhos, estudos e projetos desenvolvidos sobre a Ilha de São Tomé, nomeadamente sobre a sua Fauna e Flora, que detém uma importância e riqueza inigualável em termos Nacionais e Internacionais.

 

Aqui pode consultar alguns dos mais relevantes.

Consulte aqui as fontes usadas para a recolha dos dados apresentados.

Memórias da Reserva da Biosfera da Ilha do Príncipe

Em 2022, o projeto Ser Principense: a arte, a cultura e o património, no Passado, Presente e Futuro procurou valorizar a perceção dos patrimónios da ilha do Príncipe (São Tomé e Príncipe), compreendendo a sua indissociabilidade do território e das comunidades que o habitam.


CONHECER O PROJETO
Memórias da Reserva da Biosfera da Ilha do Príncipe

Gestão da Reserva da Ilha de São Tomé


Informação brevemente disponível